Eu me chamo Laura P. A. , o sobrenome não importa porque realmente não me importo.
Eu me chamo Laura A. , o P. deixei pra lá não me pergunte porquê porque me sinto p.
Eu me chamo Laura, mas poderia ter qualquer nome porque gosto mais da teoria relativista do quê da realidade concreta.
Eu me chamo Lau-ar, porque eu gosto de brincar: de métrica, de rima, de maternidade, de comidinha e de viver.
Eu me chamo Lau (a), por amor às dobras, aos parênteses, aos discursos escondidos no discurso, aos detalhes da poesia desavisada.
Eu me chamo Lau, pois gosto do igual, me sinto segura com o habitual, deixo no copo o residual e detesto dar tchau.
Eu me chamo La, porque você vai me encontrar sempre lá (o aqui me espanta).
Eu me chamo L., para sempre bem no meio: do alfabeto, da chamada, da linha de chegada e na divisão da empada.
Eu me chamo…
Me chamam: chamas.
Chamou?
Chama!
(Laura Arruda)